HIPNOSE
Hipnose. Esquecida e desacreditada, redescoberta e reconhecida como técnica eficiente, a hipnose passou por diversas etapas desde o seu uso pelo médico suíço Franz Mesmer em 1776. Depois dele, veio Dr. James Braid, que deu o nome de Hipnose (Hipnos=deus do sono), pois achava que este estado parecia com o do sono.
Hoje já se sabe por mensurações neurológicas da pessoa hipnotizada, que a atividade cerebral, respiração, e ritmo cardíaco parecem ser típicas do estado de vigília normal (de uma pessoa acordada). Portanto, a hipnose parece ser uma variação do estado de vigília; um estado de atenção concentrada, um estado de atenção da consciência.
É necessária a vontade de colaboração do paciente, pois sem ela, não existe a menor possibilidade do estado hipnótico. Além disso, nada pode ser feito contra os princípios e moral do paciente.
Quando fechamos os olhos e pensamos em algum lugar por exemplo, somos capaz de visualizar as cores e detalhes desse lugar ou sentir o cheiro ou mesmo o gosto de determinada fruta. Nossa atenção nesse momento foi focalizada, e concentrada, permitindo assim que uma simples sugestão transportasse nossa mente para aquele objetivo.
Podemos dizer que quando estamos vendo um filme atentamente, por exemplo, estamos em um estado de hipnose. Não sentimos nossa cadeira, não percebemos as outras pessoas, não estamos atentos ao nosso corpo, etc…estamos assim numa atenção concentrada.
O estado de relaxamento é um estado hipnoidal. Inicia-se o relaxamento e logo depois é introduzida a sugestão onde o paciente conscientemente acompanha a indução dirigida pelo terapeuta. A auto-hipnose é conseguida, quando a própria pessoa promove esse auto-relaxamento e auto-sugestão após desenvolver uma capacidade de atenção concentrada.
Atualmente o que vemos é a chamada “hipnose de palco” onde há aberrações sem sentido, uma vez que a hipnose somente é usada visando a melhora e cura do paciente. Portanto as demonstrações que se vê, distorcem e de certa forma, denigrem a atuação da hipnose.
Há graus de hipnose: estado hipnoidal, leve, médio, profundo e sonambúlico (para alguns autores).
Mas com que finalidade usamos essa técnica? Ela é usada como auxiliar no processo da terapia, como “atalhos” para a cura em fobias, por exemplo, já que se trata de um medo irracional, resultando no evitamento inconsciente do objeto, da atividade ou da situação temida. Lembrando que o medo é um sentimento que vai desde o normal, num movimento para nos defendermos, até à síndrome do pânico.
Ela é usada na dor crônica, com os pacientes terminais com câncer, na odontologia, no stress, no auxílio das doenças psicossomáticas, nas disfunções sexuais, etc…
Mas a hipnose não é mágica, o paciente não sai “curado” em uma única sessão, pois muitas vezes o tratamento é feito paralelamente ao processo terapêutico.
No stress, por exemplo, é necessário investigar as adaptações da mente e corpo do indivíduo, já que o stress é uma exigência imposta sobre a capacidade de adaptação da mente e do corpo. O stress pode ser bom ou mau, e, portanto, se nossa capacidade for suficientemente boa reagimos bem, senão recuaremos.
Nas demais situações, ela promove um encurtamento no tratamento o que alivia mais rapidamente os sintomas, ou os elimina na sua totalidade.
NETTO, Marilena Teixeira. Hipnose. Disponível em: http://artigosdepsicologia.wordpress.com/2007/09/16/hipnose
A eficácia e a evolução do tratamento depende de um conjunto de fatores, que inclui a capacitação do terapeuta, a entrega e receptividade do paciente.